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Por dentro das arquiteturas modernas: como Event Sourcing e CQRS moldam sistemas resilientes



Ilustração 3D conceitual representando integração entre dados e tecnologia, com gráficos em barra e pizza conectados a um cubo digital, simbolizando automação de processos e análise inteligente com IA.

Construir aplicações robustas, auditáveis e preparadas para escalar deixou de ser apenas uma preocupação técnica. Hoje, trata-se de uma decisão estrutural de produto. Modelos tradicionais de persistência e interação, embora ainda funcionais, frequentemente impõem barreiras quando o sistema precisa crescer, integrar múltiplos canais, manter histórico completo de transações ou responder em tempo real.


Nesse contexto, abordagens como Event Sourcing, CQRS (Command Query Responsibility Segregation) e arquiteturas orientadas a eventos vêm ganhando espaço em plataformas digitais que exigem resiliência, performance e rastreabilidade — ao mesmo tempo.


Mais do que padrões técnicos, essas práticas representam mudanças de mentalidade sobre como o software deve evoluir junto com o negócio.



O limite do modelo relacional clássico


Boa parte das aplicações atuais ainda opera com um modelo relacional direto: uma camada de serviço grava dados estruturados em tabelas normalizadas, reflete o estado atual e sobrepõe o anterior. Esse modelo é simples, confiável — e, por muito tempo, suficiente.


O problema é que ele não preserva contexto, não escala naturalmente em leitura e escrita, e muitas vezes não permite responder perguntas como “o que mudou, quando e por quê?” sem depender de registros externos ou logs parciais.




Em ambientes onde múltiplos serviços interagem, decisões são tomadas com base em versões diferentes dos dados e operações críticas precisam ser auditadas com precisão, esse modelo começa a mostrar suas limitações.



Event Sourcing: o estado como consequência de eventos


O Event Sourcing propõe uma inversão: em vez de armazenar o estado atual da aplicação, armazenamos a sequência de eventos que levou até ele.


Cada ação relevante no sistema — um pagamento aprovado, um cadastro alterado, um produto movido de status — se torna um evento imutável, que é registrado e armazenado de forma persistente.


Isso permite:

• Reconstruir o estado a qualquer momento, a partir dos eventos;

• Auditar com precisão cada passo da jornada;

• Reagir a eventos de forma assíncrona, com baixa acoplamento;

• Criar funcionalidades como “undo”, “replay”, simulações e debugging histórico.

Relational Model vs. Event Oriented Architecture

Mais do que resiliência, o Event Sourcing habilita observabilidade completa e confiabilidade evolutiva.



CQRS: separar leitura e escrita para escalar com clareza


O CQRS — Command Query Responsibility Segregation — complementa o Event Sourcing ao propor uma separação entre os modelos de leitura (queries) e escrita (commands).


Ao isolar essas responsabilidades, os sistemas podem:

• Escalar leituras com estruturas otimizadas (ex: bancos orientados a busca);

• Reduzir complexidade na escrita, focando em regras de negócio;

• Garantir consistência eventual com mais flexibilidade;

• Facilitar testes, tracing e controle de carga.


Esquema para CQRS

Essa arquitetura se mostra particularmente eficaz em sistemas de alta concorrência, ambientes distribuídos ou plataformas multicanais, onde a necessidade de consistência forte dá lugar à coerência funcional do negócio.



Quando (e por que) essas abordagens fazem sentido


Adotar Event Sourcing e CQRS não é uma escolha trivial. Envolve repensar desde a modelagem de domínio até os mecanismos de persistência, consistência e entrega de eventos. E nem todo sistema se beneficia disso.


Mas há contextos em que essas abordagens são decisivas:

• Plataformas de transações financeiras ou previdenciárias que exigem auditabilidade total;

• Produtos digitais com regras de negócio complexas e evolução constante de modelos;

• Sistemas que precisam manter histórico completo de decisões e modificações;

• Ambientes distribuídos com múltiplos produtores e consumidores de dados, onde o estado único não dá conta da complexidade.


Na experiência da VX, a adoção desses padrões tem sido um habilitador importante para projetos que requerem confiabilidade sem perder velocidade. Eles oferecem não apenas robustez técnica, mas clareza arquitetural sobre como o sistema deve crescer — algo fundamental em contextos de alto volume e alta responsabilidade.



Conclusão


Construir aplicações escaláveis, auditáveis e preparadas para mudanças contínuas exige mais do que frameworks atualizados ou infraestrutura elástica. Exige decisões arquiteturais conscientes, que antecipem a complexidade futura e permitam que o produto evolua sem comprometer sua integridade.


Abordagens como Event Sourcing e CQRS não são soluções mágicas. Mas, quando bem aplicadas, funcionam como fundações resilientes sobre as quais se pode construir com confiança.


No mundo digital moderno, a escolha da arquitetura não é mais uma decisão técnica — é uma escolha estratégica.



Referências

• Greg Young (2010). A Decade of DDD, CQRS, Event Sourcing

• Martin Fowler (2022). Event Sourcing and CQRS Explained

• Microsoft Patterns & Practices (2023). Implementing CQRS and Event Sourcing

• ThoughtWorks Radar (2024). Event-Driven Architecture in Enterprise Platforms

• VX Internal Architecture Review Papers (2024)

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